Sabe, tenho acompanhado os debates sobre o padrão de TV digital que vai ser implementado no país e quanto mais leio sobre o assunto mais me parece que essa discussão é inútil. E por quê? Porque o que está em jogo não diz respeito a conteúdo, mas sim a formato. Discute-se sem parar sobre padrões mas não se discute uma coisa que eu acho muito importante: com o advento da web qual é a graça de se olhar TV? Qual é a graça de ficar na frente de um aparelho cuja maior interação que existe é o controle remoto, sem opção de procurar por programas, tendo que se servir daquilo que as emissoras de TV querem que você veja? Há sentido nesse tipo de coisa ainda?
Ok, certo, eu estou levando a questão para um lado muito pessoal, já que eu sou uma pessoa que não gosta de ter um horário para sentar na frente da TV para ver determinado programa. Também não gosto do fato de saber que perdi um programa legal porque estava olhando outro em outro canal. Não gosto ainda do fato de que ao ver um programa não posso parar ele para ir no banheiro, ou para pegar um lanche, nada, a não ser que eu use um videocassete. Também não gosto que programas legais sejam interrompidos por locutores chatos tipo Gloria Maria e Pedro Bial. Ou por propagandas de programas irrelevantes como o Big Brother. Não, eu não gosto nem um pouco disso, e não gosto tanto que para não me estressar eu prefiro não ter um aparelho de TV em casa. Ok, estou cogitando a hipótese de comprar um aparelho depois da Copa do Mundo, que é a melhor época para comprar TVs já que houve uma super produção para atender a massa que gosta de ver 22 marmanjos seminus correndo atrás de uma bola e que acabaram não sendo vendidos, mas é para ver DVDs, já que ver na tela do computador é meio chatinho. Sim, monitor de 17 polegadas não é o bicho. E ficar vendo filmes abraçadinho na Taila é bom demais. 🙂
No mais vou continuar fazendo a minha programação graças a sites como o YouTube. Na real o como aqui é meio retórico, já que o YouTube ganha disparado de qualquer servidor de vídeos na rede, conseguindo botar até mesmo o Google e seu GoogleVideo no chinelo. Alí facilmente se encontra coisas legais, bizarras, engraçadas, tristes e, por que não, educativas. É de se perguntar em que canal de TV, na hora que você quiser, você vai encontrar coisas como:
- vídeo tosquíssimo do Flaming Lips cantando Bohemian Rapsody, do Queen (dica do Diego Medina)
- workshop do Milo Manara desenhando uma de suas deusas (dica do Pedro Doria)
- viral do Ok Go ensinando a jogar ping-pong
- vídeos japoneses ensinando (além do clássico como dobrar camisetas) a como descascar batatas (dica do Jânio), transportar bandejas de comida em sacolas plásticas, como usar uma lanterna para iluminar um ambiente, como perder cintura de uma forma bizarra porém divertida (bem, divertida na opinião dos japoneses), como perder cintura de uma forma não tão bizarra assim, como colocar um band-aid no dedo e, importantíssimo para pais de primeira viagem, como fazer bebês pararem de chorar (bem, funciona para bebês japoneses, alguém tem que testar com os bebês daqui…)
- vídeo da campanha Ajude a despocotizar o Brasil!
Bem, pela profusão de vídeos, errr, educativos japoneses já dá para perceber uma vantagem da rede sobre a TV: quando você iria poder fazer uma busca por assunto co-relatos? Nunca né? Pois é, é justamente essa série de funcionalidades que a web tem que não vejo na TV digital.